15 de agosto de 2023

Inclusartiz promove exibição do filme “A febre” e fala pública de João Tikuna na quinta-feira (17)

Dirigido por Maya Da-Rin, o longa-metragem é uma das maiores produções cinematográficas nacionais que incorporaram idiomas indígenas em seu roteiro

Na quinta-feira, dia 17 de agosto, às 19h, o Centro Cultural Inclusartiz recebe mais uma edição do “Laboratório Amazônico”, atividade que compõe o programa “Amazônia, Agora”. Na ocasião, será exibido ao público o filme “A Febre” (2019), dirigido por Maya Da-Rin. A exibição será acompanhada da fala de João Tikuna, pesquisador indígena, antropólogo, doutorando pelo Museu Nacional – PPGAS/MN e colaborador da FUNAI.

Dirigido por Maya Da-Rin, “A febre” é uma das maiores produções cinematográficas nacionais que incorporaram idiomas indígenas em seu roteiro / Foto: divulgação

O longa-metragem aborda de forma ficcional – e por vezes fantástica – temas relevantes acerca dos processos de urbanização na Amazônia, do apagamento de culturas originárias e das formas de violência, física e simbólica, que permeiam a região. “A Febre” é uma das maiores produções cinematográficas nacionais que incorporaram idiomas indígenas em seu roteiro, como o Tukano e o Tikuna.

A conversa será mediada por Victor Gorgulho (curador-chefe do Inclusartiz e coordenador do Laboratório Amazônico) e Henrique Rondinelli (co-curador do Laboratório Amazônico). Entrada franca.

Sinopse do filme

Justino, um indígena Desana de 45 anos, trabalha como vigilante no porto de cargas de Manaus. Desde a morte de sua esposa, sua principal companhia é sua filha mais nova, com quem vive em uma casa modesta na periferia. Enquanto Vanessa se prepara para estudar Medicina em Brasília, Justino é tomado por uma febre misteriosa que o levará de volta a sua aldeia, de onde partiu vinte anos atrás. 

Dirigido por Maya Da-Rin, “A febre” é uma das maiores produções cinematográficas nacionais que incorporaram idiomas indígenas em seu roteiro / Foto: divulgação

Sobre João Tikuna

João Tikuna (Magüta) nasceu em uma aldeia Tikuna e cresceu no município de Benjamin Constant, na região do Alto Solimões (AM). Possui graduação em Antropologia pela Universidade Federal do Amazonas (2017). Atuou como secretário – Museu Magüta (2018), participou como colaborador eventual pela FUNAI na Coordenação Técnica Local subordinada à Coordenação Regional do Alto e Médio Solimões (Benjamin Constant-AM), realizando visitas técnicas às comunidades indígenas do município e participou como membro de banca avaliadora da Universidade Federal do Amazonas. Atualmente é mestre e doutorando em Antropologia Social pelo programa de pós-graduação em Antropologia Social do Museu Nacional-PPGAS/MN. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia Indígena.

O programa Amazônia, Agora

O programa “Amazônia, Agora” é um projeto multidisciplinar que convida o público a se aproximar dos olhares que partem da maior floresta tropical do mundo e de seus múltiplos agentes. Por meio da união de produções e pesquisas pensadas a partir do complexo amazônico, o novo projeto permanente do instituto é dividido em três eixos: expositivo — que contará com uma série de exposições, coletivas e individuais, de narrativas e pesquisas em torno de artistas e da cultura visual amazônica; experimental — uma programação de estudos, conversas, oficinas e projeções de obras audiovisuais intitulada Laboratório Amazônico —; e pesquisa — ativação de parcerias e residências com outras organizações, instituições e projetos artísticos que estabeleçam intercâmbios entre vozes de diferentes estados.

Neste âmbito, foi aberta no dia 24 de junho a exposição “O Sagrado na Amazônia”, coletiva que apresenta as diferentes manifestações do divino na região amazônica, a partir dos olhares de 30 artistas e coletivos. Com a curadoria de Paulo Herkenhoff — pesquisador que há mais de 40 anos se dedica ao fomento da produção artística no Norte do país e ao debate crítico acerca do conceito histórico de “visualidade amazônica” — e Lucas Albuquerque, curador do Programa de Residência Artística e Pesquisa do Inclusartiz, a mostra ocupa o térreo do centro cultural até 17 de setembro.

Neste mesmo período, os visitantes também podem conferir, sendo exibida pela primeira vez no Rio de Janeiro, a instalação de grande escala “No ar” (2017), da artista paulistana Laura Vinci. A obra consiste em um engenhoso sistema de vaporização a frio que velozmente é capaz de formar grandes massas de ar semelhantes a nuvens, curiosamente pendendo tanto para o chão do espaço quanto lentamente erguendo-se e dissipando-se no ar. Tal resultado é possível por conta da estrutura mecânica da obra, formada por pequenos bicos de aspersão que, funcionando em alta pressão, são acionados por uma bomba capaz de soltar a água com tamanha força, que suas gotas ganham uma característica incomum, ficando entre o estado gasoso e o líquido.

Serviço

Laboratório Amazônico convida para exibição do filme “A febre” + Fala de João Tikuna
Data:  quinta-feira, 17 de agosto, às 19h
Centro Cultural Inclusartiz — Rua Sacadura Cabral, 333, Gamboa.
Entrada franca