8 de agosto de 2023

Inclusartiz promove conversa com o antropólogo e etnobotânico Pedro Fernandes Leite da Luz nesta quinta-feira (10)

Como parte das atividades do Laboratório Amazônico, convidado irá apresentar ao público diversos aspectos sobre o uso de plantas psicoativas na Amazônia

Dando sequência ao ciclo de conversas e atividades do Laboratório Amazônico, que compõe o programa “Amazônia, Agora”, o Centro Cultural Inclusartiz recebe nesta quinta-feira, dia 10 de agosto, às 19h, o antropólogo social e etnobotânico Pedro Fernandes Leite da Luz para a fala “O uso de plantas psicoativas na Amazônia”.

Autor do livro “Carta Psiconáutica”, lançado em 2015 pela Dantes Editora, Pedro Luz tem dedicado suas investigações científicas à hidroflora do planeta, além de contar com ampla experiência de pesquisa em campo entre diversos grupos ameríndios no Brasil.  A publicação apresenta uma grande quantidade de plantas psicoativas, explorando-as a partir de seus aspectos botânicos (ou micológicos, quando se trata de fungos), dos seus princípios ativos, seus efeitos físicos e mentais, seus usos medicinais, a história dos seus usos culturais e sua atual experimentação por parte de psiconautas — pessoas que usam os estados alterados da consciência, intencionalmente induzidos, para investigar a própria psique e a dos outros, a fim de encontrar respostas para questões pessoais, humanas e universais por meio de suas próprias experiências. 

Pedro Fernandes Leite da Luz é autor do livro “Carta Psiconáutica”, lançado em 2015 pela Dantes Editora / Foto: divulgação

Esta variedade de informações sobre cada uma das plantas consideradas (ou outros compostos) reflete o amplo conhecimento do autor em várias áreas do saber científico, tais como história e antropologia, botânica e etnobiologia, química e etnofarmacologia. O foco final dos capítulos sobre as experiências psiconáuticas se constitui em um valioso conjunto de depoimentos atuais que fazem o leitor refletir sobre um fenômeno muito importante: o lugar dessas plantas nas sociedades contemporâneas.

A conversa será mediada por Victor Gorgulho (curador-chefe do Inclusartiz e coordenador do Laboratório Amazônico) e Henrique Rondinelli (co-curador do Laboratório Amazônico). 

O programa Amazônia, Agora

O programa “Amazônia, Agora” é um projeto multidisciplinar que convida o público a se aproximar dos olhares que partem da maior floresta tropical do mundo e de seus múltiplos agentes. Por meio da união de produções e pesquisas pensadas a partir do complexo amazônico, o novo projeto permanente do instituto é dividido em três eixos: expositivo — que contará com uma série de exposições, coletivas e individuais, de narrativas e pesquisas em torno de artistas e da cultura visual amazônica; experimental — uma programação de estudos, conversas, oficinas e projeções de obras audiovisuais intitulada Laboratório Amazônico —; e pesquisa — ativação de parcerias e residências com outras organizações, instituições e projetos artísticos que estabeleçam intercâmbios entre vozes de diferentes estados.

Neste âmbito, foi aberta no dia 24 de junho a exposição “O Sagrado na Amazônia”, coletiva que apresenta as diferentes manifestações do divino na região amazônica, a partir dos olhares de 30 artistas e coletivos. Com a curadoria de Paulo Herkenhoff — pesquisador que há mais de 40 anos se dedica ao fomento da produção artística no Norte do país e ao debate crítico acerca do conceito histórico de “visualidade amazônica” — e Lucas Albuquerque, curador do Programa de Residência Artística e Pesquisa do Inclusartiz, a mostra ocupa o térreo do centro cultural até 17 de setembro.

Neste mesmo período, os visitantes também podem conferir, sendo exibida pela primeira vez no Rio de Janeiro, a instalação de grande escala “No ar” (2017), da artista paulistana Laura Vinci. A obra consiste em um engenhoso sistema de vaporização a frio que velozmente é capaz de formar grandes massas de ar semelhantes a nuvens, curiosamente pendendo tanto para o chão do espaço quanto lentamente erguendo-se e dissipando-se no ar. Tal resultado é possível por conta da estrutura mecânica da obra, formada por pequenos bicos de aspersão que, funcionando em alta pressão, são acionados por uma bomba capaz de soltar a água com tamanha força, que suas gotas ganham uma característica incomum, ficando entre o estado gasoso e o líquido.

Serviço

Conversa sobre “O uso de plantas psicoativas na Amazônia” com Pedro Fernandes Leite da Luz
Data: quinta-feira, 10 de agosto, às 19h
Centro Cultural Inclusartiz — Rua Sacadura Cabral, 333, Gamboa.
Entrada franca