Exposições

Tekoa Xy “A terra de Tupã”

9 Dez de 2021 / 22 de Fev de 2022

Um dos principais nomes da arte urbana do Rio Grande do Sul, o artista Xadalu Tupã Jekupé inaugura no dia 9 de dezembro a sua primeira exposição individual no Rio de Janeiro. Uma seleção de aproximadamente 20 obras de todas as fases de sua trajetória tomará as paredes do segundo piso da nova sede do Instituto Inclusartiz, um enorme casarão histórico e centenário na Praça da Harmonia, na Gamboa.

“É uma grande honra receber o artista Xadalu Tupã Jekupé na nova sede do Instituto Inclusartiz, cuja vocação é ser um espaço experimental de arte e educação, com as portas sempre abertas para diálogos”, celebra Frances Reynolds,
fundadora do instituto.

Intitulada “Tekoa Xy ‘A terra de Tupã’”, a mostra com curadoria de Aldones Nino marca também a abertura oficial da programação expositiva do novo espaço, que, em julho deste ano, recebeu o próprio Xadalu para uma residência artística de um mês.

“Fico muito entusiasmado em abrir a casa com essa exposição porque ela fala do tempo, do espaço e da memória, dos povos originários que viveram e ainda vivem no Brasil. É também uma forma de colocar em pauta esse espaço onde a casa é localizada, um bairro colonial que abriga o Morro da Providência, a primeira favela do Rio de Janeiro. E o que também me traz imensa alegria é saber que a comunidade está sempre presente, como esteve durante a produção da exposição, mostrando que a arte pode sempre ligar pessoas”, afirma Xadalu.

Nascido em Alegrete, no Rio Grande do Sul, o artista é descendente dos indígenas que historicamente habitavam as margens do Rio Ibirapuitã. Comprometido com a defesa da causa, da cultura e das narrativas de seu povo, despontou em 2004 ao espalhar adesivos com um rosto ilustrado de um índio sorridente nas ruas de Porto Alegre. Dali em diante passou a usar elementos da serigrafia, pintura, fotografia e objetos para abordar em forma de arte urbana o tensionamento entre a cultura indígena e ocidental nas cidades.

“Essa exposição é o reflexo de todo o ato colonial, dessas tentativas de extermínio e apagamento dos povos originários. Ela faz um contraponto, reivindica, questiona e enfrenta, mostrando que a comunidade está viva, continuará viva e estará sempre presente”, revela o artista, que apresenta na exposição um repertório de linguagens múltiplas, incluindo pinturas, instalações e vídeos.

“Os trabalhos aqui reunidos, localizam-se em uma encruzilhada ontológica, pois refletem um amálgama entre a descoberta de si, realizada a partir do desdobramento de sua ancestralidade Guarani, e a elaboração de trabalhos artísticos que extrapolam a subjetividade ao posicionar-se criticamente diante das políticas de apagamentos e catequização que marcam a história da nação, forjada à revelia de grande parte da população”, completa o curador Aldones Nino.

 

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