Noara Quintana inicia residência artística na Delfina Foundation, em Londres
Selecionada para o programa por meio de chamada aberta promovida em parceria com o Instituto Inclusartiz, artista passará uma temporada de três meses na instituição britânica
A artista Noara Quintana desembarcou em Londres no último dia 5 de janeiro para passar uma temporada de três meses na Delfina Foundation. Natural de Santa Catarina, Quintana foi selecionada para o programa de residências artísticas do centro de arte contemporânea britânico por meio de uma chamada aberta destinada a artistas da região Sul do Brasil realizada em parceria com o Instituto Inclusartiz em 2022. A convocatória recebeu mais de cem inscritos e contou com um corpo de jurados formado por membros das duas instituições e pelos curadores convidados Ana Rocha (Museu de Arte Contemporânea do Paraná), Igor Simões (Bienal Mercosul / Universidade Estadual do Rio Grande do Sul) e Kamilla Nunes (Universidade do Estado de Santa Catarina / Instituto Mayer Filho).
“Participar de uma residência que promove diálogos entre artistas, curadores e agentes culturais de diferentes partes do mundo e, além disso, ter a possibilidade de desenvolver uma pesquisa em instituições do Reino Unido, sem dúvida será uma experiência única. Acredito que essa temporada na Delfina será uma grande oportunidade de crescimento na minha trajetória como artista”, afirma Quintana.
A pesquisa da catarinense concentra-se na materialidade de objetos cotidianos e nos índices de histórias do Sul Global que eles carregam. Por meio de instalações e esculturas, seu trabalho aponta para trocas econômicas, formas arquitetônicas e narrativas contrárias ao legado de um imaginário colonial. Recentemente, integrou as exposições “Cultivo”, na Galeria Marli Matsumoto (São Paulo – SP); “11º Salão Nacional Victor Meirelles”, no MASC (Florianópolis); e “The Children Have to Hear Another Story – Alanis Obomsawin”, no Haus der Kulturen der Welt, em Berlim.
“Partindo do interesse sobre como certos materiais informam sobre narrativas silenciadas, busco, por meio do meu trabalho, outras visualidades para o imaginário do Sul Global, em especial ao que se refere à modernidade. Em continuidade ao projeto que venho desenvolvendo sobre o látex, durante a residência em Londres pretendo pesquisar sobre como as plantas brasileiras influenciaram a arquitetura, o design e a industrialização no contexto britânico. Na lista das instituições que espero visitar estão as coleções do Kew Gardens e do Victoria & Albert Museum”, conta a artista.
Este foi o quinto ano em que o Instituto Inclusartiz e a Delfina Foundation somaram esforços para promover a bolsa de estudos, que já contemplou nomes de destaque da arte contemporânea brasileira como Manauara Clandestina, Maxwell Alexandre, Vivian Caccuri e Talles Lopes.