Noara Quintana será a próxima brasileira a integrar o programa de residências artísticas da Delfina Foundation, em Londres
Catarinense concorreu à vaga com mais de cem candidatos na chamada aberta, realizada em parceria com o Instituto Inclusartiz, que contemplou artistas da região Sul do país
Pelo quinto ano, o Instituto Inclusartiz e a Delfina Foundation premiam um nome brasileiro com uma bolsa de residência artística na instituição de arte contemporânea sediada em Londres. O corpo de jurados, formado por membros das duas instituições e pelos curadores convidados Ana Rocha (Museu de Arte Contemporânea do Paraná), Igor Simões (Bienal Mercosul / Universidade Estadual do Rio Grande do Sul) e Kamilla Nunes (Universidade do Estado de Santa Catarina / Instituto Mayer Filho) selecionou a catarinense Noara Quintana, que concorreu com mais de cem inscritos na chamada aberta voltada a artistas da região Sul do Brasil.
“Participar de uma residência que promove diálogos entre artistas, curadores e agentes culturais de diferentes partes do mundo e, além disso, ter a possibilidade de desenvolver uma pesquisa em instituições do Reino Unido, sem dúvida será uma experiência única. Acredito que essa temporada na Delfina será uma grande oportunidade de crescimento na minha trajetória como artista”, afirma Noara, que chegou à etapa final da seletiva com os artistas Erica Storer, Gugie Cavalcanti, Rommulo Vieira e Sandra Alves.
A pesquisa de Noara concentra-se na materialidade de objetos cotidianos e nos índices de histórias do Sul Global que eles carregam. Por meio de instalações e esculturas, seu trabalho aponta para trocas econômicas, formas arquitetônicas e narrativas contrárias ao legado de um imaginário colonial. Recentemente, integrou as exposições “Cultivo”, na Galeria Marli Matsumoto (São Paulo – SP); “11º Salão Nacional Victor Meirelles”, no MASC (Florianópolis); e “The Children Have to Hear Another Story – Alanis Obomsawin”, no Haus der Kulturen der Welt, em Berlim.
“Partindo do interesse sobre como certos materiais informam sobre narrativas silenciadas, busco, por meio do meu trabalho, outras visualidades para o imaginário do Sul Global, em especial ao que se refere à modernidade. Em continuidade ao projeto que venho desenvolvendo sobre o látex, durante a residência em Londres pretendo pesquisar sobre como plantas brasileiras influenciaram a arquitetura, o design e a industrialização no contexto britânico. Na lista das instituições que espero visitar estão as coleções do Kew Gardens e do Victoria & Albert Museum”, conta a artista.
A contemplada desta edição do prestigiado programa, que já recebeu nomes relevantes da cena atual, como Manauara Clandestina, Maxwell Alexandre, Vivian Caccuri e Talles Lopes, passará uma temporada de quase três meses na capital britânica, entre 5 de janeiro e 30 de março de 2023. A parceria com a Delfina Foundation está entre as iniciativas do projeto do Instituto Inclusartiz de contribuir para a exposição e presença de artistas e curadores brasileiros no cenário da arte contemporânea internacional.