Instituto Inclusartiz anuncia júri consultivo da Open Call para seu Programa de Residência Artística e Pesquisa
Brígida Campbell, Divino Sobral, Keila Sankofa, Josué Matos e Maria Rosa serão responsáveis pela seleção dos candidatos junto à equipe de curadoria do instituto
O Instituto Inclusartiz já definiu o corpo de jurados convidados que será responsável por selecionar os candidatos da convocatória para a edição deste ano de seu Programa de Residência Artística e Pesquisa. São eles Brígida Campbell (Belo Horizonte, MG), Divino Sobral (Goiânia, GO), Keila Sankofa (Manaus, AM), Josué Matos (Florianópolis, SC) e Maria Rosa (Recife, PE).
Os cinco irão atuar junto à equipe de curadoria do instituto no processo seletivo que se propõe a selecionar dez residentes (sendo cinco artistas e cinco curadores/pesquisadores) para integrar um dos mais completos programas de residência do país. Lançada no dia 23 de janeiro, a convocatória este ano irá contemplar, além de artistas, curadores e pesquisadores do Brasil, candidatos oriundos de outras nações integrantes da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
As residências terão duração de quatro semanas e serão realizadas ao longo do ano na sede do instituto, na Gamboa, Zona Portuária do Rio de Janeiro. As inscrições foram prorrogadas até o dia 12 de março.
Inscreva-se!
>> Edital completo
>> Formulário de inscrição
Saiba mais sobre os membros do júri:
Brígida Campbell (Belo Horizonte, MG)
Brígida Campbell é professora da EBA-UFMG, doutora em Artes Visuais pela ECA-USP e mestre pela EBA-UFMG. É também artista e pesquisadora, transitando por diversas linguagens artísticas, como a pintura, o desenho, a instalação, o vídeo, as intervenções urbanas e as artes gráficas. Em suas produções artísticas, explora as sutilezas poéticas do cotidiano criando imagens e/ou situações que estimulam o imaginário e a criação. Seu trabalho também envolve aulas, curadorias, palestras, publicações, workshops e exposições. Em 2022, foi selecionada para o Programa de Residência e Pesquisa do Instituto Inclusartiz, onde pôde dar seguimento a sua pesquisa em torno das relações entre arte, ecologia e transformação social. A investigação busca relacionar práticas artísticas e ecológicas por meio do estudo de obras e projetos que lidam com os desafios ambientais atuais. São proposições que buscam ampliar o papel da arte na sociedade atuando no campo político, simbólico e artístico e visam criar soluções criativas para os problemas ambientais que tanto ameaçam a vida.
Divino Sobral (Goiânia, GO)
Artista visual e desenhista autodidata, Divino Sobral desenvolve trabalhos como pesquisador e curador independente. Escreve textos críticos publicados no Brasil e no exterior. Sua obra, que transita entre desenho, pintura, escrita, objeto, escultura, instalação e performance, reúne elementos de sua memória pessoal entrelaçados com a mitologia – como um modo de estabelecer metáforas de um controle imaginário do tempo e do espaço – e com a história, quase como uma reconstituição da estética medieval. Em suas instalações, incorpora cordões fiados a partir de cabelos com os quais tece redes; livros que imobiliza (fossiliza) pela imersão em cera; roupas que são ora oxidadas, ora bordadas, formando estampas que parecem reproduzir textos sobre o tecido; e, algumas vezes, incorpora suas narrativas textuais que se inscrevem como desenhos.
Keila Sankofa (Manaus, AM)
Keila Sankofa é artista visual e cineasta. Compreende a rua como espaço de diálogo com a cidade, produzindo instalações audiovisuais que exibem filmes, fotos e videoartes. Utiliza a fotografia e o audiovisual como ferramenta para propor autoestima e questionar apagamentos de pessoas negras. Atualmente, utiliza seu próprio corpo como protagonista na construção de suas obras. Tem uma vasta experiência na direção de projetos audiovisuais, como séries e curtas, além de produção de mostras, festivais e espetáculos de diversas linguagens artísticas. Gestora do Grupo Picolé da Massa, Diretora Artística do Projeto Direito à Memória, membra da APAN Associação dxs Profissionais do Audiovisual Negro, do Nacional Trovoa e do Coletivo Tupiniqueen.
Josué Matos (Florianópolis, SC)
Josué Mattos é historiador da arte e curador. Graduou-se em História da Arte e Arqueologia na Université Paris X Nanterre, onde obteve o título de Master 1 e 2 em História da Arte Contemporânea. Em 2009, concluiu o mestrado em Práticas Curatoriais na Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne. A convite do Sesc-SP, concebeu e assumiu a curadoria geral da primeira edição de Frestas – Trienal de Artes / O que seria do mundo sem as coisas que não existem? e Nossa proposição é o diálogo, em Sorocaba (2014-2015). Entre os projetos realizados, destaca-se o programa de ações e performances É crédito ou débito? (Sesc SP, 2010-2013), que circulou por 90 cidades do Estado de São Paulo. Desde 2010 realiza ateliês de acompanhamento de projetos de arte, debates e júris de salão de artes, em cidades como Fortaleza (Porto Iracema das Artes), Piracicaba (Pinacoteca Municipal), Salvador (Secult e MAM-BA), Brasília (Caixa Cultural e CCBB), Recife (IAC-UFPE), Ribeirão Preto (MARP e Sesc), São Paulo (ProAC e Sesc), Joinville (MAJ) e Florianópolis (FCC). É editor da Revista Binômios, projeto contemplado pelo Prêmio Redes Nacional Funarte Artes Visuais. Atualmente, trabalha no desenvolvimento do Centro Cultural Veras, em Florianópolis (SC).
Maria Rosa (Recife, PE)
Desde de 1997 atua com a criação e coordenação de projetos culturais, trabalhando com produção de filmes publicitários nacionais e internacionais, produção de cinema e exposições. Em 2004, criou a Fanzine Ltda. ME, empresa de produção cultural com experiência em elaboração, desenvolvimento e administração de projetos culturais, produção e montagem de exposições, documentação fotográfica e criação de banco de imagens, edição de livros de arte, captação de vídeo e cinema digital. Em 2013, trabalhou como produtora na instalação do Centro Cultural Cais do Sertão, em Recife, ocupando posteriormente os cargos de Supervisora de Programação e Coordenadora de Conteúdo. Desde de 2019, é Gerente do centro cultural.
O PROGRAMA
Realizado desde 2014, o Programa de Residência Artística e Pesquisa do Instituto Inclusartiz tem como objetivo fomentar a produção artística nacional e internacional e já hospedou mais de quarenta nomes, incluindo profissionais renomados, como Amanda Abi Khalil (Líbano), Yuko Hasegawa (Japão), Gerda Steiner & Jorg Lenzlinger (Suíça), Hans Ulrich Obrist (Inglaterra) e Valeska Soares (Brasil); além de jovens talentos brasileiros, como Hal Wildson, Marcela Cantuária, Maxwell Alexandre, Manauara Clandestina, Vivian Caccuri e Xadalu Tupã Jekupé.
Em 2022, o instituto remodelou o programa e lançou a sua primeira chamada aberta, direcionada a candidatos brasileiros e de países da África Meridional (África do Sul, Botsuana, Comores, Lesoto, Malawi, Moçambique, Namíbia, Eswatini, Zâmbia e Zimbábue). A convocatória de estreia recebeu mais de 530 inscrições. Neste novo formato, o programa é dividido em ciclos, com duração de quatro semanas cada. Cada ciclo conta com uma dupla formada por um artista e um curador/pesquisador, que recebem todo o suporte necessário para o desenvolvimento de suas pesquisas, como espaço de habitação, ateliê coletivo na sede do Instituto Inclusartiz, acompanhamento curatorial personalizado, equipe de produção e comunicação dedicadas e uma bolsa residência para custear alimentação, transporte e compra de material.
Como parte do programa, o Inclusartiz ainda organiza uma série de atividades educacionais, como workshops, oficinas, publicações, falas públicas e sessões de crítica voltadas para estudantes de arte de instituições de ensino do Rio de Janeiro, ampliando o intercâmbio cultural entre os residentes e a comunidade artística local.
CRONOGRAMA ATUALIZADO
Período de inscrição: 23 janeiro a 12 de março
Período de seleção do júri: 13 de março a 4 de abril
Entrevistas com pré-selecionados: 10 a 14 de abril
Divulgação do resultado: 25 de abril
Início do 1º ciclo de residência: 15 de maio