Exposição Fluxo Gênico, de Lucio Salvatore, faz itinerância pela Europa em 2023
Artista ítalo-brasileiro está produzindo novas obras para a mostra no ateliê do Centro Cultural Inclusartiz
Em 2023, a exposição “Fluxo Gênico”, individual do artista ítalo-brasileiro Lucio Salvatore, irá fazer uma itinerância pela Europa. Inaugurada em junho de 2022 no Museu do Meio Ambiente, no Jardim do Botânico do Rio de Janeiro, a mostra, correalizada pelo Instituto Inclusartiz, será apresentada no próximo ano em algumas capitais europeias.
“No inverno passado apresentei a exposição no Museu do Meio Ambiente, com o suporte do Instituto Inclusartiz. A visão da presidente Frances Reynolds de apoiar a produção de arte engajada com questõees importantes da contemporaneidade foi decisivo para o desenvolvimento do meu projeto e está sendo fundamental neste momento que estou aprofundando a pesquisa para trazer ‘Fluxo Gênico’ para a Europa em 2023”, conta o artista.
Para esta temporada, Salvatore está preparando novas obras para serem incorporadas à exposição, como desdobramento e desenvolvimento de sua pesquisa. Para isso, irá utlizar o ateliê do Centro Cultural Inclusartiz como espaço de trabalho entre dezembro e meados de janeiro de 2023. Ao longo deste período, o público poderá acompanhar de perto o seu processo de produção.
“Sou muito privilegiado em poder trabalhar neste contexto especial, no coração da Gamboa, com vista para a Praça da Harmonia, cercado de obras de artistas que neste mesmo lugar encararam os desafios da criação. E estou feliz pois, mesmo trabalhando fora do meu ateliê, estou me sentindo em casa, abraçado por todos os funcionários e colaboradores do Instituto Inclusartiz”, finaliza.
Sobre a exposição
Inaugurada em junho de 2022, “Fluxo Gênico” ocupou o segundo pavimento do Museu do Meio Ambiente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro com cerca de 24 obras inspiradas em trabalhos científicos realizados pela Diretoria de Pesquisa do JBRJ. Esta foi a segunda vez que o artista, cujo trabalho centra-se em projetos multidisciplinares criados a partir da sua condição de estrangeiro, expõe no local.
“Em 2008, apresentei pela primeira vez o meu trabalho no Rio de Janeiro, justamente no Jardim Botânico, no aniversário de 200 anos da sua fundação, e retornei pensando numa exposição em homenagem aos pesquisadores científicos do local, cuja linguagem e pensamento crítico, antídotos às narrativas pseudocientíficas autorreferenciais, lidam com o universo estudado com respeito, paixão e empatia”, revelou Salvatore na época.
Sua produção é vista como uma pesquisa sobre o significado de fronteira, a distância que passa entre o que o indivíduo percebe e a narrativa criada a partir dessa percepção, bem como da expectativa na qual se baseiam os julgamentos e as categorias mentais que o tenta deslocar para territórios mais incertos e abertos. A exposição se alinha com um dos traços importantes de sua poética, que, como ele mesmo afirma, se baseia no interesse pelo “processo de construção de sentimentos e afetos a partir da fabricação de narrativas e expectativas que são decisivas quando a questão é relativa a origem, identidade e pertencimento”.