Instituto Inclusartiz encerra seu programa de residências artísticas em 2022 com falas públicas de residentes
Filomena Mairosse e Brígida Campbell apresentaram ao público o desenvolvimento de suas pesquisas no último dia 10 de dezembro
Para marcar o encerramento do quarto ciclo de seu programa de residências artísticas em 2022, o Instituto Inclusartiz realizou no dia 10 de dezembro um encontro para que a artista moçambicana Filomena Mairosse e a pesquisadora mineira Brígida Campbell pudessem apresentar o desenvolvimento de suas pesquisas ao grande público. As duas residentes, selecionadas para o programa por meio de uma chamada aberta para todos os estados do Brasil e países da África Meridional, passaram uma temporada de um mês na sede do Inclusartiz, na Gamboa, Zona Portuária do Rio de Janeiro.
O evento teve início com uma fala de Filomena Mairosse, que contou com mediação do coordenador do programa de residências artísticas, Lucas Albuquerque. Natural da cidade de Maputo, em Moçambique, a artista trabalha primariamente com fotografia, escrita, vídeo e colagem, explorando temas acerca da reimaginação de realidades, pertencimento, consumo, interdependência e natureza. Começou a fotografar em 2018 registrando concertos e, eventualmente, desenvolveu um estilo próprio de imagens semi-abstratas e conceituais. Atualmente, investiga a criação de peças interativas, instalações de média escala, zines e curtas-metragens. Na residência no Instituto Inclusartiz, Mairosse se propôs a fazer uma pesquisa sobre a construção da Floresta da Tijuca e a relação que ela tem com o tráfico de pessoas escravizadas.
Logo após, a pesquisadora e artista Brígida Campbell, de Belo Horizonte (MG), apresentou sua pesquisa, sob a mediação do curador carioca Pedro Caetano Eboli. Campbell transita por diversas linguagens artísticas, como a pintura, o desenho, a instalação, o vídeo, as intervenções urbanas e as artes gráficas. Em sua produção, explora as sutilezas poéticas do cotidiano, elaborando imagens e/ou situações que estimulam o imaginário e a criação. Na residência, continuou o desenvolvimento de uma pesquisa em torno das relações entre arte, ecologia e transformação social e, a partir dessas temáticas, elaborou um texto e uma publicação impressa para distribuir ao público presente.
“Durante a residência eu avancei nas minhas leituras e ampliei a bibliografia relacionada a minha pesquisa. Além disso eu ampliei meu mapeamento de artistas e coletivos que trabalham com essa temática, me aproximando especialmente de iniciativas do Rio de Janeiro. Pude também trabalhar no meu projeto artístico pessoal e ter retornos de amigos sobre eles”, contou Campbell.
Ao longo do dia, os visitantes do centro cultural também puderam conferir de perto os trabalhos produzidos pelas duas ao longo da residência, em exibição na mostra “Open-studio – estudos em trânsito”. A coletiva reúne trabalhos e pesquisas das residentes que passaram pelo instituto ao longo de 2022.
Este foi o último ciclo do projeto, que ao longo deste ano recebeu também as curadoras Mariana Souza e Paulete Lindacelva, de Pernambuco; as artistas Moara Tupinambá e Nay Jinknss, do Pará; e a artista carioca Patfudyda. A gaúcha Luisa Brandelli também participou da residência ao ser selecionada a partir de uma parceria inédita do Instituto Inclusartiz com a SP–Arte, que elegeu um artista da exposição Hora Grande (2022) para integrar o programa.