CÉLINE LE GUILLOU, BENOÎT FOURNIER E ALMA BERROW ABREM A TEMPORADA DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA DO INCLUSARTIZ
O Programa de Residência Artística e Pesquisa do Instituto Inclusartiz recebe no mês de março três artistas internacionais.
Com o patrocínio do Instituto Cultural Vale e Granado, o Programa de Residência Artística e Pesquisa 2024 do Instituto Inclusartiz começa a receber três potentes artistas no mês de março, que produzirão trabalhos que serão expostos ao público em diferentes institutos.
A primeira artista é a Céline Le Guillou que é francesa e sua residência é resultado de uma parceria com a Frac Bretagne, onde Céline foi a vencedora do Prêmio Frac Bretagne-Art Norac 2023. Seus trabalhos produzidos ao longo da residência serão expostos em uma mostra individual no Centro Cultural Inclusartiz na Gamboa.
O segundo, Benoit Fournier é um artista francês e os trabalhos produzidos ao longo da residência serão expostos em Paris em maio e junho de 2024, em diálogo com as obras de Marie Gueydon de Dives. A sua residência artística é uma parceria do Instituto Inclusartiz e Espace Frans Krajcber.
Para completar o time, Alma Berrow também estará conosco no mês de março. Em seu trabalho, ela é conhecida por intrincadas esculturas de naturezas mortas. Utilizando cerâmica, frequentemente forma cinzeiros transbordantes ou pratos de comidas elaborados que evocam momentos familiares sentidos na vida quotidiana. Esta residência é uma parceria do Instituto Inclusartiz e Lamb Gallery.
O Programa de Residência Artística e Pesquisa do Instituto Inclusartiz conta com a coordenação da Gabriela Davies
Gabriela dirigiu a Galeria Aymoré, um espaço institucional no Rio de Janeiro, coordenou o programa ArtRio Talks e desenvolve inúmeras ações que arrecadam fundos para projetos sociais por meio da arte, como a plataforma Comadre. Com graduações em Comunicação, Curadoria e Crítica pela Central Saint Martins e História da Arte pela UCL (MA). Gabriela trabalhou no Reino Unido, Nova York e Brasil, o que trará uma ampla gama de oportunidades para artistas, pesquisadores e curadores que participam de nossos programas tanto em nível nacional quanto internacional.
Para entendermos um pouco mais sobre as expectativas sobre esse primeiro mês de residência, convidamos a Gabriela Davies para contar um pouco de como tem sido a experiência com esses três artistas.
“Os três buscam trocas e intercâmbios como base. A começar pela pesquisa de Benôit e Céline que buscam uma interação com a natureza – de buscar na natureza o material para preparo de suas obras, de fazer dela parte da narrativa da pesquisa estética. Por exemplo, ambos trabalham com pigmentos naturais encontrados no território, a incorporação de extrações da flora dentro da construção de suas obras.
O Benoit imprime em folhas, encapsula o chorume da compostagem, retrata ativistas ecológicos. Já Céline recria novas estruturas que são alteradas pelos pigmentos naturais, seja na pintura ou na escultura, trabalhando com obras efêmeras e frágeis e muito a partir da argila, que também vem do solo.
A Alma trabalha com o intercâmbio de forma um pouco diferente, quase como se ela infiltrasse alterações em peças cotidianas. A partir da criação de peças em cerâmicas, Alma cria pratos, utensílios, jogos de tabuleiros e afins que estão levemente ocupados, seja por uma bituca de cigarro, parte de um limão espremido, restos de migalhas. O “rejeito” de certa forma para os três artistas acaba virando a narrativa principal.
Sinto que ao pensar nas expectativas para a residência, acho que vai ser uma temporada de muita troca entre os três artistas, por terem interesses materiais em comum e por serem artistas internacionais, ocupando um lugar de troca com o entorno da Gamboa, catapultando ainda mais o interesse no intercâmbio cultural e regional.” conta Gabriela Davies.