16 de fevereiro de 2022

INSTITUTO INCLUSARTIZ PRORROGA PRAZO DE INSCRIÇÕES AO PROGRAMA DE RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS PARA O DIA 21 DE FEVEREIRO

Ana Beatriz Almeida, André Severo, Fernanda Lopes, Gleyce Kelly, Marília Panitz e Vânia Leal, nomes experientes do segmento das artes visuais, estão à frente do processo seletivo que contempla as cinco regiões do Brasil e os países da África Meridional

À frente de um dos mais importantes e completos programas de residências artísticas do país, o Instituto Inclusartiz iniciou o ano de 2022 com uma chamada aberta para artistas, curadores e pesquisadores de arte de todas as regiões do Brasil se inscreverem no processo seletivo do projeto. Previsto originalmente para terminar no dia 13 de fevereiro, o prazo de inscrição foi estendido em uma semana, com encerramento no dia 21. Pela primeira vez, o processo de seleção contemplará também candidatos oriundos dos países da África Meridional (Botsuana, Comores, Eswatini, Lesoto, Malawi, Moçambique, Namíbia, Ilhas Maurício, República das Seicheles, Zâmbia e Zimbábue), ampliando ainda mais a missão do instituto de promover o intercâmbio cultural com outros países através da inclusão e da diversidade. 

O corpo de jurados traz seis experientes curadores e pesquisadores do segmento de cultura e artes visuais, representando todo o Brasil (veja os currículos abaixo): Ana Beatriz Almeida, André Severo, Fernanda Lopes, Gleyce Kelly, Marília Panitz e Vânia Leal. Ao final do processo seletivo serão escolhidos oito nomes (quatro artistas e quatro curadores/pesquisadores) para ingressarem no programa de quatro semanas, cuja base será na nova sede do Inclusartiz, um recém-reformado casarão de 1906 situado na Praça da Harmonia, no bairro da Gamboa, no Centro do Rio. 

Os interessados devem ter experiência mínima de seis meses dentro do campo da arte contemporânea ou em áreas correlatas (dança, cinema, moda, arquitetura, filosofia, antropologia, ciências sociais etc.), além de justificarem no formulário como a residência seria capaz de contribuir para o desenvolvimento de suas práticas.

O programa pretende receber um amplo espectro de nomes atuantes no cenário de arte contemporânea, que terão uma bolsa-auxílio para o trabalho de pesquisa e apoio curatorial personalizado, com atividades de acompanhamento, promoção e exposição, de modo a construir um espaço de diálogo múltiplo e diverso. 

Ao longo do programa, que nos últimos anos já recebeu nomes como Valeska Soares, Hans Ulrich Obrist, Maxwell Alexandre, Xadalu Tupã Jekupé e Vivian Caccuri, entre outros, serão ofertados também visitas a ateliês e instituições, encontros com curadores e pesquisadores, bem como indicações de leitura pela equipe de residência do Instituto Inclusartiz. A ideia é oferecer aos residentes a oportunidade de se envolver na cena artística brasileira por meio de atividades estruturadas e independentes, promovendo o acesso a um programa de atividades e visitas a organizações culturais do país.

ANA BEATRIZ ALMEIDA

Ana Beatriz Almeida nasceu em Niterói, mas vive e trabalha entre São Paulo e Londres. Mestre em História e Estética da Arte pelo MAC/USP, Ana Beatriz Almeida concentra suas pesquisas em artistas africanos e da diáspora africana e ritos de morte. Atualmente é consultora curatorial do MAC-Niterói e observadora estrangeira na restituição de artefatos beninenses. Curadora e cofundadora da plataforma de arte 01.01, instituição sem fins lucrativos que promove experiências com arte Africana e afro-diaspóricas, Ana Beatriz foi nomeada ao Prêmio Pipa em 2021. Sua obra “Kalunga” foi selecionada para fazer parte da nova coleção de artistas negros de Inhotim e, durante o ano de 2020, sua obra “Onira” fez parte do Clube de Colecionadores do MAM-Rio. Curadora convidada no Glasgow International 2020/2021, fez residência curatorial no Ano Institute (Gana), Zinsou Institute (Benin) e CCA Lagos (Nigéria), cujo resultado é a performance de longa duração “Gunga”, um ciclo de dez anos de ritos de morte que terminou com seu encontro com a família Almeida, do Benin, e sua iniciação na cultura vodu da família. Trabalhou na UNESCO de 2012 a 2014 como pesquisadora cultural na Bahia (Brasil). Foi selecionada para a X Bienal do Recôncavo com os primeiros ciclos de ritos de morte do Gunga intitulados Banzo. Como intelectual, é professora do Black Feminism-Berkley University Summer Program Abroad. 

ANDRÉ SEVERO 

Mestre em poéticas visuais pela UFRGS, André Severo iniciou, em 2000, ao lado de Maria Helena Bernardes, as atividades de Areal, projeto que se define como uma ação de arte deslocada e aposta em situações transitórias capazes de desvincular a ocorrência do pensamento contemporâneo dos grandes centros urbanos e de suas instituições culturais. Realizou mais de uma dezena de filmes e instalações audiovisuais e publicou, entre outros, os livros “Consciência errante, Soma” e “Deriva de sentidos”. Em 2010 foi responsável, também em conjunto com Maria Helena Bernardes, pela curadoria da mostra “Horizonte expandido”proposta expositivo/reflexiva que almejou propiciar um maior contato do público brasileiro com experiências artísticas radicais que inauguraram um importante debate sobre as formas de compartilhamento da arte. Ao lado de Luis Pérez-Oramas, foi curador da 30ª Bienal de São Paulo – A iminência das poéticas e da representação brasileira na 55ª Bienal de VenezaEntre os anos de 2015 e 2017 realizou “Metáfora”, com Paula Krause, “Espelho e Labirinto” e as três partes da trilogia de exposições intitulada “El Mensajero”.  Em 2018, em conjunto com Marília Panitz, assinou a curadoria da exposição “100 anos de Athos”, realizada nos Centros Culturais Banco do Brasil de Brasília, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, em homenagem ao centenário de nascimento de Athos Bulcão. Ainda em 2018, em parceria com Fernando Cocchiarale e Marília Panitz, publicou “Artes Visuais – Ensaios Brasileiros Contemporâneos”, pela Funarte, antologia de ensaios que tem como objetivo apresentar um panorama inédito da produção ensaística contemporânea brasileira em campos distintos do saber. Em 2021, juntamente com Paulo Herkenhoff, realizou “Arquiperiscópio”, exposição individual com caráter retrospectivo que ocupou os quatro andares do Oi Futuro no Rio de Janeiro. Entre suas principais premiações destacam-se o Programa Petrobrás Artes Visuais, em 2001; o Prêmio Funarte Conexões Artes Visuais, em 2007; o Projeto Arte e Patrimônio, em 2007; o Programa Rede Nacional Funarte Artes Visuais, em 2009; o V Prêmio Açorianos de Artes Plásticas, em 2010; o Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça – 6ª Edição, em 2013; o Prêmio Funarte de Arte Contemporânea, em 2014; o XV Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, em 2015; e o Prêmio Sérgio Milliet da ABCA, em 2018, pelo livro “Artes Visuais – Ensaios Brasileiros Contemporâneos”. André nasceu em Porto Alegre, mas vive e trabalha em Canela, no Rio Grande do Sul. 

FERNANDA LOPES 

Crítica de arte, pesquisadora e doutora pela Escola de Belas Artes da UFRJ, Fernanda Lopes é Diretora Artística do Instituto Pintora Djanira, membro do Conselho Editorial da revista Concinnitas (UERJ) e professora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, onde também foi aluna. Organizou, ao lado de Aristóteles A. Predebon, o livro “Francisco Bittencourt: Arte-Dinamite” (Tamanduá-Arte, 2016). Escreveu os livros “Área Experimental: Lugar, Espaço e Dimensão do Experimental na Arte Brasileira dos Anos 1970” (Bolsa de Estímulo à Produção Crítica, Minc/Funarte, 2012) e “Éramos o time do Rei – A Experiência Rex” (Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça, Funarte, 2006). Foi curadora adjunta do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (2016-2020), curadora associada do Centro Cultural São Paulo (2010-2012), e curadora convidada da Sala Especial do Grupo Rex na 29ª Bienal de São Paulo (2010). Atualmente é curadora adjunta da exposição “Maria Martins – Desejo Imaginante” no MASP (2021-2022) e na Casa Roberto Marinho (2022). Em 2017 recebeu, ao lado de Fernando Cocchiarale, da Associação Brasileira dos Críticos de Arte (ABCA) o prêmio Prêmio Maria Eugênia Franco (destinado à curadoria de exposição, em 2016) pela curadoria da exposição “Em Polvorosa – Um panorama das coleções MAM-Rio”. Fernanda nasceu e trabalha no Rio de Janeiro. 

GLEYCE KELLY HEITOR 

Educadora e pesquisadora, Gleyce Kelly Heitor é licenciada em História (UFPE), mestra em Museologia e Patrimônio (Unirio-Mast) e doutora em História Social da Cultura (PUC-RJ). Atualmente ocupa o cargo de diretora de Educação e Pesquisa na Oficina Brennand. Foi diretora do Núcleo de Cultura e Participação do Instituto Tomie Ohtake (2021), gerente de Educação e Participação do MAM Rio (2020-2021), coordenadora pedagógica da Elã – Escola Livre de Artes (Galpão Bela Maré – Observatório de Favelas – 2019, 2020/21), coordenadora de ensino da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (2019) e assessora e coordenadora pedagógica da Escola do Olhar – Museu de Arte do Rio (2012-2017). Desenvolveu, através de uma bolsa de cooperação internacional, estágio na Diretoria de Mediação e Programação Cultural do Museu do Louvre (2016). Publicou os livros “O pensamento museológico de Gilberto Freyre” (Editora Massangana, 2017), em co-autoria com Mário Chagas, Crítica de arte em Pernambuco (Azougue, 2012), em co-autoria com Clarissa Diniz e Paulo Marcondes Soares e “Gilberto Freyre: Coleção Pensamento Crítico” (Funarte, 2010), em co-autoria com Clarissa Diniz. Pesquisa as relações entre arte contemporânea e educação; as interfaces entre a museologia e o pensamento social brasileiro; o direito à memória e as relações entre os museus e os movimentos sociais. Gleyce nasceu e trabalha em Recife, bem como no Rio de Janeiro.

MARÍLIA PANITZ SILVEIRA 

Mestre em Arte Contemporânea: teoria e história da arte, Marília Panitz Silveira foi professora na Universidade de Brasília, de 1999 a 2012, dirigiu o Museu Vivo da Memória Candanga e o Museu de Arte de Brasília. De 1994 a 2013, atuou como pesquisadora e coordenadora de programas educativos em exposições. Atua como crítica de arte e curadora independente, com projetos como: “Felizes para Sempre”, Coletivo Irmãos Guimaraes BSB, Curitiba e SP, 2000/2001; “Gentil Reversão”, BSB, RJ 2001/2003; “Rumos Visuais Itaú Cultural”, 2001/03 e 2008/10; “Azulejos em Lisboa Azulejos em Brasília: Athos Bulcão e a azulejaria barroca”, Lisboa, 2013; “Vértice – Coleção Sergio Carvalho”, nos Correios em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo 2015| 2016; “100 anos de Athos Bulcão” CCBB Brasilia, Belo Horizonte São Paulo e Rio de Janeiro, 2018-9; “O Jardim de Amílcar de Castro: neoconcreto sob o céu de Brasília”, no CCBB-Brasila, 2022-24. Realiza projetos com ênfase na produção artística do Distrito Federal e na formação de uma visualidade determinada pela cidade nova; e em mapeamento da cena cultural de espaços não hegemônicos. Marília nasceu no Rio Grande do Sul, mas vive e trabalha em Brasília. 

VÂNIA LEAL MACHADO

Mestre em Comunicação, Linguagem e Cultura, Vânia Leal Machado é docente da Secretaria de Educação desde 2004, docente da Faculdade FIBRA – Faculdade Brasil Amazônia e Coordenadora e Curadora Educacional do Projeto Arte Pará desde 2007. Atua na área de curadoria e pesquisa em Artes, tendo participado de júris de seleção e premiação e organizações de salões como o 9º Salão de Arte Contemporânea SESC Amapá, em 2013; Salão UNAMA de Pequenos Formatos; da curadoria das exposições individuais de Flavya Mutran, Odair Mindelo e Elciclei Araújo, no Edital do Banco da Amazônia, e do mapeamento da região norte no “Projeto Rumos Itaú Cultural de Artes Visuais”, edição de 2011. Foi consultora curatorial do Projeto Arte Contemporânea – SEBRAE, em Rio Branco, curadora educacional da exposição “Amazônia – A Arte no Museu Vale”, em Vitória, e no “Palácio das Artes”, em Belo Horizonte, em 2010. Curadora Educacional da Exposição Fermata de OSGÊMEOS no Museu Vale em Vitória – ES em 2012. Assinou a curadoria educacional da exposição “Das Viagens, dos Desejos, dos Caminhos”, em 2014, sob a curadoria geral de  Bitu Casudé, no Museu Vale, em Vitória, a curadoria da mostra itinerante do Circuito das Artes  “Triangulações”, em Belém, em 2014, e foi avaliadora de seleção “Rumos Itaú Cultural”, das edições 2015, 2016 e 2017 e curadora indicadora do Prêmio Pipa 2017. Esteve à frente ainda da curadoria das exposições “Mastarel: Rotas Imaginais”, da artista Elaine Arruda, no Banco da Amazônia, em 2019; “Tecidos de Certeza”, da artista Elisa Arruda, na Galeria Elf, em 2019; “Em Casa”, da artista Elisa Arruda, no Banco da Amazônia, no ano de 2021; bem como da “Coleção Eduardo Vasconcelos”,  nas Galerias Theodoro Braga e Benedicto Nunes, no Centur, em Belém, em 2021 e  da primeira Bienal das Amazônias,  em 2022.  Participou da comissão de Seleção do 24º Salão Anapolino de Arte, em 2019, da comissão de seleção do edital “Rumos Itaú Cultural”, em 2019/2020, e foi organizadora da “Coleção Guajará”, para o Museu de Artes Plásticas de Anápolis GO, no ano de 2021. Vânia Leal nasceu em Macapá, mas vive e trabalha em Belém.

SERVIÇO

Regulamento: https://inclusartiz.cappenlabs.com.br/

Inscrições através do email: residente@inclusartiz.org

Período de inscrições: 14 de janeiro a 21 de fevereiro

Período de seleção do Júri: 22 de fevereiro a 18 de março

Ciclo de entrevistas: 21 a 24 de março

Divulgação do resultado: 29 de março 

Início das residências: 11 de abril

Vagas: 8 (4 para artistas e 4 para curadores/pesquisadores)

Divisão: 3 artistas brasileiros, 3 curadores/pesquisadores brasileiros, 1 artista africano e 1 curador/pesquisador africano.

Duração: 4 semanas por dupla; 16 semanas no total