8 de abril de 2022

Inclusartiz e SP–Arte elegem artista Luisa Brandelli para integrar o programa de residências do instituto carioca em 2022

Gaúcha de 32 anos de idade concorreu à vaga com outros oito participantes da exposição “Hora grande”, iniciativa realizada dentro da feira paulistana com o objetivo de dar visibilidade a artistas ainda sem representação comercial

O Instituto Inclusartiz e a SP–Arte se uniram na edição de 2022 do evento, dentro do programa Radar, com a finalidade de dar visibilidade e espaço no mercado a talentos promissores ainda sem representação comercial formal e que nunca haviam apresentado seus trabalhos na feira. Além da oportunidade de exibir seus projetos ao grande público, um dos nove artistas participantes da exposição “Hora grande” seria premiado pelas duas instituições com uma vaga no prestigiado Programa de Residências Artísticas da organização sem fins lucrativos carioca, coordenado por Lucas Albuquerque.

A grande vencedora foi a gaúcha Luisa Brandelli, de 32 anos, cujo trabalho se desenvolve a partir do jogo de significação e discurso e através de procedimentos formais simples. Pela técnica, forma e matéria, a artista procura evocar imagens do passado que continuam a ser reproduzidas e reatualizadas, e que transitam entre celebração, violência e desejo. Seu interesse está na relação política e libidinosa entre símbolos e coisas.

“Sem nenhum tipo de especialização ou sabedoria técnica, construo objetos que evocam animais, lugares, pessoas. As relações políticas existentes nas construções do exótico são centrais na minha prática. Me interessa a superfície das coisas, e por isso meu trabalho acaba apresentando apelo tátil e cru, a partir de procedimentos formais simples. Penso sempre na relação entre os objetos que eu produzo, como se um pudesse alterar o outro”, afirma a artista.

A exposição “Hora grande”, que teve ainda a participação de Allan Pinheiro, Anitta Boa Vida, Felipa Queiroz, Natalie Braido, Raphaela Melsohn, Simon Fernandes, Tatiana Chalhoub e Yhuri Cruz, integra o projeto Radar, programação da SP–Arte que inclui ainda coletivos autogeridos de artistas, organizações não governamentais e espaços alternativos – iniciativas ligadas a questões sociopolíticas e culturais urgentes que atravessam a contemporaneidade.

Felipe Molitor assina a curadoria do Radar, que, além da apresentação dos artistas para uma audiência ampla e especializada, visa a reflexão sobre a pluralidade de práticas artísticas e posicionamentos distintos em relação ao circuito. A ideia é aproximar os contemplados tanto de colecionadores e compradores de arte como do público geral, estimulando a profissionalização desses nomes na atuação com o mercado, colocando-os em contato direto com galeristas, art advisors e curadores.

Além da mostra, a primeira edição do Radar traz ainda as participações especiais de Nacional TROVOA, 01.01 Art Platform, MT Projetos de Arte, GDA e Casa Chama.