14 de outubro de 2022

Instituto Inclusartiz promove primeira exposição individual de Maxwell Alexandre nos Estados Unidos

Depois de percorrer cidades brasileiras e europeias, mostra “Pardo é Papel” ocupa o “The Shed”, em Nova York, de 26 de outubro deste ano até 8 de janeiro de 2023

Um dos jovens artistas mais celebrados da arte contemporânea nacional, Maxwell Alexandre continua desbravando novos territórios. Agora, o carioca nascido e criado na favela da Rocinha inaugura no dia 26 de outubro, no The Shed, em Nova York, a exposição “Pardo é Papel: The Glorious Victory and New Power”, que marca a sua primeira individual nos Estados Unidos.

“Para nós, que acompanhamos a trajetória e o desenvolvimento da produção de Maxwell Alexandre desde o início, é um momento de celebração e encantamento por podermos vivenciar seu trabalho atingindo novos públicos e seguindo em constante evolução”, afirma Frances Reynolds, presidente e fundadora do Instituto Inclusartiz.

Depois de percorrer cidades brasileiras e europeias, mostra “Pardo é Papel” ocupa o “The Shed”, em Nova York, de 26 de outubro deste ano até 8 de janeiro de 2023 / Foto: divulgação

Organizada por Alessandra Gómez, curadora associada do The Shed, a exposição irá apresentar trabalhos novos e já existentes de série em andamento “Pardo é Papel” (2017 – ), que celebram o empoderamento, a autoestima e a prosperidade de pessoas negras. Suspensas no teto da galeria norte-americana, as pinturas em grande escala de Maxwell Alexandre retratam cenas de lazer comunal intercaladas com imagens históricas, religiosas e artísticas recorrentes. Símbolos da cultura pop aparecem ao lado dessas imagens, incluindo representações de ícones culturais negros, como Beyoncé, Nina Simone e Elza Soares, assim como produtos comerciais que marcaram a infância do artista, como as populares piscinas azuis de plástico Capri, iogurte Danone e o achocolatado Toddynho.

A exposição apresenta trabalhos novos e já existentes de série em andamento “Pardo é Papel” (2017 – ), que celebram o empoderamento, a autoestima e a prosperidade de pessoas negras. Foto: Divulgação

O início da série “Pardo é Papel” remete ao ano de 2017. Na ocasião, o artista pintou alguns autorretratos em folhas de papel pardo perdidas em seu ateliê e no processo percebeu o ato político e conceitual que estava articulando ao traçar corpos negros sobre a superfície, já que a “cor” parda foi usada durante muito tempo no Brasil para velar a negritude.

Em 2018, acreditando na força sociopolítica e estética do trabalho de Maxwell Alexandre e em seu potencial para ser um dos principais nomes da arte contemporânea brasileira, o Inclusartiz o convidou a participar do programa de residências artísticas da Delfina Foundation, em Londres, promovido em parceria com o instituto. Como fruto desta residência, nasceu a montagem inicial da exposição “Pardo é Papel”, inaugurada em 2019 no Museu de Arte Contemporânea de Lyon, na França.

Maxwell Alexandre na abertura da exposição “Pardo é Papel” no Museu de Arte do Rio – MAR, em 2019 / Foto: Wagner Kox

No mesmo ano, a mostra foi apresentada pelo Inclusartiz ao público brasileiro no Museu de Arte do Rio – MAR, obtendo grande sucesso de público e mídia, tendo recebido mais de 60 mil visitantes no período em que esteve em cartaz – entre novembro de 2019 e maio de 2020. Ao longo de 2021, “Pardo é Papel” seguiu em itinerância pelo Brasil, passando pelas cidades de Porto Alegre (Fundação Iberê Camargo) e São Paulo (Instituto Tomie Ohtake).